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A possível realidade me alucina lentamente, construindo uma tristeza mansa.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Aos nossos inimigos.




Eu me tiro do meu próprio lugar. Eu me cubro e ao mesmo tempo descubro. Descobrir algo além de nós mesmos, algo que não nos torna refém, mas sim, nos prove que nosso verdadeiro inimigo sempre esteve aqui, e não adianta sair do lugar. Sempre que eu for ali, ele também vai está ali. Pois sou eu, eu sou. Eu fui. Eu serei. O meu mais perverso inimigo. E se por um momento sentir-se só, lembre-se que os inimigos existem, eles lembram todos os seus passos e olhares e sorrisos e medos. Eles são você.

E por um instante deixei a mim, para ser o outro. O outro que não existe, nunca existiu e nunca existirá sem ele mesmo. Ou apenas com alguém. Nada seu é dele, nada dele é seu. O amor ao outro vem depois, a felicidade ser alguém não é possível. A felicidade é a felicidade, só ela. Assim como a canção estrangeira cantada por mim, nada disso é compreendido, nada disso é seu. Mas tudo é leve, aconchegante, lindo e ao mesmo tempo nada. Por que a noite quando for dormir, a letra chegará a sua mente, levando consigo pessoas que automaticamente se coincidem com o carinho levado em cada palavra da canção.

E caso, por um acaso que não existe, pensar que tudo deve acontecer porque um dia não aconteceu. Está enganado. A inexistência existe.

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