
Em nada existe a razão, pode-se dizer que você é o seu maior mistério. A morte é a prova concreta da injustiça, não sei como seria se esta não existisse, mais tenho muito a falar sobre sua existência.
Chegando a casa com tamanho stress a ponto de não mais suportar toda essa rotina. Tem uns trabalhos a fazer, o aniversário do filho para ainda organizar, todo o preço pago por ser gente.
No meio do caminho você morre - apenas morre - rompendo violentamente todos os pouco mais de 10 anos de esforço passados na escola, estudando fórmulas químicas que não servirão de nada em sua vida, esforçando-se para ser fluente na língua estrangeira, virando noites para o vestibular que você não sabia nem o que queria. Sofrer com desilusões e carregar várias e várias lições de vida. Tudo isso, para atravessar a avenida movimentada, no bairro de classe média alta, onde levou mais de 25 anos pra você conseguir um apartamento e apenas morrer.
Deixando de lado seus laços afetivos, sua conta bancária, a ligação que havia prometido dar a sua mãe distante. Todas as suas bugigangas de adolescência guardadas naquela caixa engraçadinha, em cima do guarda-roupa - tudo isso para outra pessoa empacotar e dar um fim em cada rastro que deixou no mundo. Tudo aquilo que dizia “só eu posso tocar", toda a ironia da morte voltada a você! Tudo aquilo que chamava “minha vida" esparramada na auto-estrada do seu viver.
E aquele livro deixado pela metade, e o emprego que te aguarda amanhã, e todas as suas 'futuras' responsabilidades? e o seu futuro?. Tudo acabou porque alguma bala perdida te atingiu, lançada por um marginal que não tá nem ai pra morte, ou um atropelamento causado por sua falta de atenção.
O homem que enche a cara todos os dias, satisfeito com mulheres magras, que aproveita a vida sem moderação. O homem que faz check-up todo ano, que se cuida e preferi uma vida com um amor, dedicando-se a família. Ambos irão a morte!
A morte é uma historia de vida perdida, uma verdadeira piada do fim. Qual é a graça? Ver tudo despejado a sete palmos?
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