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A possível realidade me alucina lentamente, construindo uma tristeza mansa.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Um pouco de amor.


Andando pela rua, reparei em um casal de mãos dadas - aparentavam ter entre 50 á 60 anos - me perguntava o que segurava aquele sentimento por tanto tempo, se dizem que nada dura pra sempre.E como posso saber o que ainda existe?
As pessoas nascem ouvindo a palavra amor, crescem tentando encontrá-lo, mas o que não sabem é que poucos conseguem te-lo.No mesmo instante enxerguei de longe um jovem casal - de vista, vivendo a adolescência - me pareceu tão irônico, gerações diferentes bem nos meus olhos, representando o amor.A grande diferença da relação estava ali visível: ambos se gostavam, porém, os mais vividos tinha mais afeto e com com os mais novos, era algo carnal.Sou adolescente, infelizmente apenas mais uma garota movida pelos seus hormonios e sei o quanto pensamos amar.Odeio de um modo absurdo, tudo isso que escrevo, porque discordo plenamente - e não sei porque insisto escrever - só que ao mesmo tempo, concordo sem questionar.Acho que o desejo, as fantasias, a paixão é o que leva o segundo casal a pensar sobre amor.Mas não mentirei; acho que é possível existir esse sentimento nessa pequena fase da vida.É agora que existe o perdão, a ingenuidade e a descoberta - tudo isso faz parte de permitir - e o amor é permitir.
Perguntar o porque continuo a escrever, é o mesmo de perguntar para um alcoolatra porque ele ainda bebi.Não sei onde exactamente quero chegar, não pus pra fora o simples raciocínio que me trouxe até aqui.Falo de amor e principalmente quando me faltam palavras por falta de conhecimento.
Me magoo constantemente ao ouvir o que os adultos tem a dizer sobre isso,a maioria não acredita e os que acreditam, é uma crença quase ilusória, pois não o possui.
Posso dizer que o relacionamento destes, não se baseia no puro e verdadeiro sentimento, está dividido entre o jovem carnal e o velho sincero.
Então, resolvi me levantar cansada desse pensamento louco, mas convencida de que era algo irremediável.Atravessei a rua, quando reparei no gesto mais puro que conheci até hoje.Boa viagem estava em um dia movimentado - típica manha de sol nordestina - e um velho homem, de barba longa e pele suja, sentado ao chão, estendia a mão em pedido de alguns trocados que pudesse garantir ao menos, um pão como refeição, quando surgiu uma moça de pano rosa entrelaçado no corpo e lhe deu umas moedas.
Encontrei na esquina o que me faltava.Essa é uma forma de fantasiar o amor de amor - a maneira mais próxima de se explicar - é simples: dar sem exigir nada mas em troca.

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